A gordura protegida para bovinos é aquela que passou por um processo em que seja pouco ou nada alterada pelo rúmen. Não afetando o seu funcionamento. Rica em ácidos graxos poliinsaturados ajudam a melhorar a sua produção e reprodução, com o uso de grãos de soja e outros óleos vegetais como fonte de alimento.
Para a dieta dos ruminantes recomenda-se que seja envolta por uma camada de proteína. Que age como uma capa de proteína que se mantém inerte no rúmen e se dissocia por completo no abomaso, o que aumenta a densidade energética da dieta sem afetar o uso da forragem.
Enfim o uso desta nova fonte energética, vem aumentando e trazendo bons resultados aos produtores. Veja neste artigo como utilizar a gordura protegida, o uso na alimentação, seus benefícios e complicações. Acompanhe!
Quando a gordura protegida para bovinos é indicada?
O uso de gordura protegida para bovinos é comum em rações de vacas lactantes devido ao aumento da produção de leite, sem a necessidade de aumentar o nível energético das dietas.
O aumento do nível energético é importante principalmente no início da lactação. Quando diminui-se o consumo de alimentos, também há menor stress pós parto, evitando a perda de peso, o balanço energético negativo e a redução na produção de leite.
Quais as vantagens da gordura protegida?
Os lipídios exercem várias funções no organismo dos ruminantes, eles interferem na absorção de vitaminas e funcionam como reservatório de água,protegendo os animais das condições ambientais.
Elas também localizam-se nas fibras musculares, tornando a carne mais macia. Além disso, também fornecem quase três vezes mais calor por quilo do que os carboidratos e proteínas como palatabilizantes em algumas rações.
Além disso, os ácidos graxos ômega 3 e ômega 6 são fundamentais pois:
- Contribui para melhores capacidades reprodutivas
- Melhorando a saúde uterina
- Proporcionando ovulações mais precoce, associados à maior produção de progesterona
- Capacitação dos espermatozóides
- Retorno imediato para o produtor.
Estudos realizados comprovam essa eficiência da gordura protegida para bovinos devido o aumento da taxa de prenhez em até 12% para animais que são submetidos a inseminação artificial.
No entanto, outro benefício do uso de gordura protegida é em animais em terminação, pesquisas com animais em fase final de produção, onde inseriram 5% de gordura protegida, notaram um aumento na área do olho do lombo.
O uso da gordura protegida e suas complicações
É comum que a dieta dos ruminantes seja pobre em lipídios pois compõe somente de 4 a 6% da composição das forrageiras. Além disso as bactérias ruminais são incapazes de sintetizar ácidos graxos e incorporam em sua composição somente ácidos graxos saturados.
Eles estão presentes na dieta dos bovinos em sua maior parte por óleos ou gorduras simples, pigmentos, ceras, colesterol e entre outros. Cabe salientar que de acordo com a Instrução Normativa nº 8/2004, proibe-se o uso de fontes de gordura animal na nutrição dos ruminantes.
O uso adequado dessa fonte alternativa de energia traz bons resultados aos produtores, melhorando as capacidades produtivas e reprodutivas.
O uso da gordura protegida na produção de leite
O consumo de energia é o principal desafio da produção de leite. O uso de lipídios aumenta a densidade energética atendendo as necessidades das vacas em lactação.
Estudos com vacas da raça Jersey analisaram o efeito da suplementação sobre a composição e produção de leite e a eficiência alimentar dos animais. Dessa forma, entre as fontes utilizadas estão: sebo e grãos de soja triturados. Os animais que receberam a gordura protegida apresentaram maior produção de leite e eficiência alimentar, em relação às outras dietas.
No entanto, a oferta de gordura insaturada também diminui a formação de metano e aumenta a taxa de propionato que provoca queda no teor de gordura do leite. Por isso é fundamental alguns cuidados na alimentação a partir de 5% de gordura, pois a sua presença pode causar menor diminuição da fermentação ruminal, pois ocorre diminuição da atividade metabólica dessas bactérias.
Como funciona a ingestão de gordura protegida?
Uma forma de fornecer gordura para o rebanho é na forma protegida, de forma que não fermente no rúmen. Para protegê-la, utiliza-se uma camada de proteína que cobre as partículas de gordura e permite a digestão nas condições ácidas do abomaso. Além disso, também podem ser protegidas por cálcio e apresentam melhores resultados.
Os ácidos graxos passam intactas pelo rúmen e a metabolização ocorre no intestino, onde aproveita-se melhor as suas partículas.
Enfim, o uso de lipídios é uma fonte energética na alimentação, por isso é fundamental se atentar aos níveis indicados, pois quantidades indesejáveis causam transtornos no rúmen. As gorduras protegidas são uma excelente fonte lipídica e tem apresentado melhores resultados tanto na capacidade produtiva como reprodutiva e por isso tem sido muito recomendada.
Essas gorduras não causam redução na digestibilidade, tendo melhor aproveitamento pois a sua absorção ocorre no abomaso.
E se você gostou do conteúdo. Compartilhe em suas redes sociais!