A reinvenção do agronegócio em tempos de crise
O agronegócio foi um dos setores que não parou durante a crise e a pandemia, batendo recordes em diferentes segmentos. Segundo dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), o agronegócio alcançou, de janeiro a junho de 2021, R$ 64,054 bilhões, uma alta de 19,9% em relação a 2020.
Apesar do saldo positivo, os produtores tiveram que se reinventar durante as mudanças econômicas nos últimos dois anos. Muitos começaram a economizar e desenvolver o próprio plantio e a criação de animais. A produção de insumos tem sido uma estratégia utilizada pelos pecuaristas. Desse modo, uma opção foi plantar cana e milho, por exemplo, para não ficar dependendo dos preços do distribuidor.
Na pecuária, a crise e a pandemia impactaram a relação de compra e venda. Segundo a especialista em marketing e criação de pecuária de corte, Caroline Druzian, muitos adotaram outras formas de trabalhar, por exemplo, ao pensar em ter as próprias novilhas e vacas para poder emprenhar os próprios animais. ‘’Dessa forma, desenvolve um ciclo completo internamente, sem depender de comprar de vizinhos, que está vendendo a preço de mercado que está alto’’, considera.
A ideia de trabalhar com a própria cria, faz com que o bezerro recrie, depois o produtor engorda para o abate e a venda no frigorífico. ‘’Muitos pecuaristas não trabalham com cria, pois exige mão de obra, mais conhecimento e é trabalhoso. Além disso, o tempo de retorno demora, mas devido à crise e pandemia, ficou mais caro comprar o bezerro’’, diz Carolina.
Setores que também sofreram readaptação
Outro setor que teve que readaptar foi a suinocultura. Para o consultor, pesquisador, palestrante e especialista em bem-estar animal, Cleandro Pazinato Dias, a crise de forma geral faz surgir oportunidades, na medida em que o produtor se depara com dificuldade no processo de produção. Por exemplo, com o afastamento de funcionários por conta do Covid-19, fez aumentar o desafio de quem precisava continuar produzindo. Para ele, as oportunidades costumam surgir como aconteceu em outros momentos similares, ter que produzir mais com menor número de funcionários. ‘’Nesse ponto, vemos mudança no uso de equipamentos, de tecnologia, maquinários, softwares e qualquer tipo de forma de ter um controle de produção. E menos dependência do ser humano e mais de robôs e de tecnologias, inclusive para tomadas de decisão’’, destaca o consultor.
Segundo Cleandro, o setor do agronegócio é muito dinâmico e está buscando recursos para ampliar e melhorar o volume de produção. E também investir em tecnologias que provocam melhorias. “Muitas coisas que antes não se utilizavam com a pandemia se aceleraram. Como por exemplo, tecnologias de controle e de gestão, que ficaram mais acessíveis e que eram mais distantes e poucos produtores utilizavam’’, aponta.
Ele percebe que houve maior robotização em várias cadeias. Atualmente, o Brasil tem tido a oportunidade de comprar essas tecnologias, funções que antes eram operacionais e levavam mais tempo. Contudo, agora, passaram a ser feitas com equipamento. Como por exemplo, utensílios de sensores para o campo e na granja para poder acompanhar em tempo real tudo que está acontecendo por meio de aplicativos.
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