A leptospirose bovina é uma doença causada por bactérias do gênero Leptospira que manifestam problemas como aborto, anemia e pode levar o animal a óbito. Pode ser encontrado em todo território nacional.
Sua transmissão pode ser dada pelo contato entre animais, através da urina ou através da pele.
Enfim, é uma doença que acomete bovinos de ambos os sextos e pode se dar de duas formas: subclínica e crônica, onde a primeira significa que a vaca não gestante e não lactante e os animais não apresentam sintomas mas podem eliminar a bactéria. A segunda as vacas apresentam abortos no final da gestação, febre, urina com coloração avermelhada, repetição de cio, retenção da placenta e crias fracas.
De acordo com estudos realizados, no Brasil cerca de 40% do rebanho estudado há prevalência de animais infectados com leptospirose.
Veja neste artigo tudo que você precisa saber sobre a leptospirose bovina. Acompanhe!
Como é a patogenia da leptospirose?
A bactéria penetra no organismo do bovino pela pele ou mucosa oral. Depois de penetrar, essas bactérias entram na corrente sanguínea do animal infectada e carregadas até o fígado, onde se multiplicam e novamente entram na corrente sanguínea.
No entanto, em muitos casos, a leptospirose evolui de forma inaparente, apresentando sintomas como anemia, icterícia, abortamento, hematúria e óbito. E por isso a urina passa a ter coloração vermelho-clara ou vinho do porto. Os rins apresentam lesões na forma de infarto e causam manchas no córtex.
Quais os sintomas da leptospirose bovina?
Os principais sintomas clínicos de leptospirose dependem de como se apresenta. Se da forma aguda, a doença compreende a fase de leptospiremia, muito comum em animais jovens, onde há a multiplicação do agente no organismo causando:
- Febre alta
- Anorexia
- Icterícia
- Hemoglobinúria
- Abortamento
- Queda na produção de leite
A forma subaguda ocorre: febre moderada, icterícia leve e também queda na produção de leite. Já a forma crônica, é causado pelos sorovares hardjo, o principal sintoma é a leptospirúria que causa manifestações reprodutivas, como retenção da placenta e abortamento.
Qual a forma de transmissão da leptospirose bovina?
A transmissão da leptospirose ocorre de forma indireta, que é quando o animal entra em contato com alimentos, solos e água contaminados com a urina dos animais doentes. Além disso, a urina dos bovinos contaminados é o principal vetor da dispersão da doença entre os animais do rebanho, por meio da contaminação de fontes de água, bebedouros e pastagens.
Assim que transmitido, elimina-se a bactéria pela urina do animal e ficar no ambiente por até um ano, e assim o agente infeccioso permanece no ambiente infectando novos animais, por um longo período.
Que fatores auxiliam na propagação da doença?
A leptospirose bovina, prevalece em rebanhos bovinos e causa grandes perdas econômicas. No entanto, alguns fatores são predisponentes da leptospirose bovina como: presença de roedores, áreas inundadas e proximidade dos córregos.
Como diagnosticar leptospirose bovina?
Para diagnosticar essa doença é necessário avaliar os fatores da epidemia, se há queda na produtividade, se há presença de roedores no ambiente, principalmente em períodos mais chuvosos do ano. No entanto, os sinais clínicos também são comuns a outras infecções e por isso devem ser analisados de forma isolada.
Essa confirmação se dá através de métodos laboratoriais, como o soroaglutinação microscópica, uma referência pela Organização Mundial da Saúde para diagnóstico em humanos e animais. Entretanto, esse teste pode resultar em falsos-positivos, se realizados em animais previamente vacinados e por isso utiliza-se também outros métodos como a fixação de complemento, imunofluorescência indireta e ELISA.
Quais os tratamentos para leptospirose bovina?
Há tratamento para leptospirose bovina, mas o produtor deve adotar os cuidados necessários e também contar com o apoio de profissionais capacitados a partir da variante identificada nos rebanhos e assim ele indicará qual o melhor tratamento.
Como controlar a leptospirose bovina?
Para o controle do rebanho, é necessário monitorá-lo assim que apresentar sinais e assim consultar um médico-veterinário. O profissional realiza o teste de sorologia a fim de identificar quais as variantes sorológicas estão presentes,
Assim permite orientar o produtor quanto à aquisição da vacina que tenha o variante encontrado .
Além disso, é um procedimento importante para ter melhor eficiência da vacina e assim implantar um calendário sanitário, com aplicação de vacinas, realizar exames e higienizar as instalações, como brete, cochos, troncos e entre outros locais de manejo. Essas estruturas devem ser limpas e desinfetadas para evitar que algum animal doente transmita o patógeno.
O programa de vacinação é recomendado como medida preventiva, sendo o ideal a aplicação de vacina em bezerros entre 4 e 6 meses de vida, com reforços semestrais. Também recomenda-se o uso de estreptomicina ou Dihidroestreptomicina para animais adultos e bezerros com doses de 12 mg/kg duas vezes ao dia, durante três dias.
Quais os cuidados para prevenir a leptospirose bovina?
Para prevenir a leptospirose é fundamental seguir algumas medidas, como, por exemplo:
- Realizar exames clínicos e laboratoriais para fazer o diagnóstico
- Trate os animais que testam positivo e isolar animais doentes
- Vacine os animais
- Faça o monitoramento por teste sorológico
- Em caso de abortos causados pella leptospirose bovina, enterre o feto e os restos placentários
- Controle a população de roedores
- Evite água parada e inundação
- Não deixe os animais ingerirem água de fontes contaminadas
- Armazene o lixo de forma adequada
- Conserve e armazene os alimentos de forma correta não permitindo o acesso de outros animais
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