Neste artigo vamos falar sobre a adição de aditivos na dieta de vacas leiteiras.
Os aditivos são compostos ou microrganismo adicionados à dieta, que tenham ou não valor nutricional e podem provocar mudanças metabólicas que influenciem de forma positiva desempenho animal.
Ou seja, melhoram a qualidade, promovendo melhor desempenho do animal de forma eficiente. Veja abaixo sobre os fatores para o uso de aditivos e quais principais aditivos utilizados nas dietas de vacas leiteiras.
Fatores a serem considerados ao utilizar aditivos
Um importante fator a ser considerado é o estado fisiológico do animal ou o momento da curva de lactação que a vaca se encontra. Além disso, fatores relacionados à nutrição como, por exemplo:
- Níveis de glicose, aminoácidos, lipídios e vitaminas nos alimentos;
- Condição imunológica;
- Adaptação à dieta;
- Mobilização de reservas corporais;
- Eficiência alimentar.
Os tipos de alimento e balanceamento da dieta para a categoria animal também são fatores importantes a serem considerados na suplementação de um aditivo.
Então, agora veja os aditivos mais utilizado na produção de leite.
Principais aditivos utilizados na dieta de vacas leiteiras
1) Monensina: aditivo ionóforo que melhora a ação ruminal
A monensina é composta de ionóforos, compostos melhoradores de desempenho. Logo, ela age sobre bactérias gram-positivas que influenciam na fermentação ruminal, e produzindo ácido propiônico.
Dessa forma, o ácido proporciona maior aporte de glicose para a síntese de leite influenciando na síntese de lactose.
Além disso, a mudança na proporção de ácidos voláteis, também resulta na diminuição das perdas de fermentação.
Em resumo, a monensina age aumentando a energia metabolizável dos alimentos, melhorando a eficiência alimentar e reduzindo a ingestão de matéria seca.
A dosagem adequada de monensina para vacas em lactação é de 300mg/da. Doses acima disso pode deprimir o consumo.
+ Saiba sobre: A monensina sódica na produção de carne
2) Biotina: vitamina do complexo B
A biotina é uma vitamina do complexo B, que é sintetizada por microrganismos do rúmen. Portanto, o uso da biotina na dieta proporciona menor quantidade de concentrado na dieta.
Ela age no metabolismo energético, aumentando a produção de leite. Além disso, ela é um cofator de enzimas, que está relaciona à:
- Gliconeogênese;
- Metabolismo do propionato, fonte de energia para a glândula mamária;
- Síntese de ácidos graxos;
- Degradação de aminoácidos.
A biotina também atua na síntese de queratina, principal proteína que compõe a epiderme do casco. Dessa forma, quando suplementado, resulta em cascos mais duros, com menos ranhuras na pare e hemorragias de sola, melhorando o escore de locomoção dos animais. A dosagem recomendada é de 20mg/vaca/dia.
3) Leveduras: aditivos que promovem o desempenho animal
As leveduras são promotoras do desempenho animal, alterando a fermentação ruminal. Além disso, o rúmen contém 0,5% a 1,0% de oxigênio, que é tóxico para os microrganismos anaeróbios, reduzindo a adesão das fibras pelas bactérias.
Como as leveduras apresentam afinidade por oxigênio, ele estimula o aumento dos microrganismos, removendo-o do rúmen.
Assim, os animais são suplementados com leveduras a base de Saccharomyces cerevisiae, para aumentar o número de bactérias ruminais.
Portanto, essas leveduras aumentam a quantidade de bactérias ruminais e bactérias consumidoras de ácido lático, resultado no aumento do pH ruminal e no controle da acidose.
Além disso, as leveduras também estimulam o aumento de bactérias que digerem celulose e hemicelulose e aumentando a produção de leite.
+Veja sobre: O uso de Leveduras em bovinos de corte
4) Virginiamicina: aditivo promotor de ácido láctico
Originado da fermentação da bactéria Streptomyces virginae. É utilizada na dieta de vacas leiteiras, com o fim de reduzir o risco de acidose láctica, estabilizado o pH ruminal e aumentado o uso da energia.
Isso ocorre porque a virginiamicina promove melhores condições para fermentação ruminal, causando aumento morte de bactérias gram-positiva, como Lactobcillu sp., grande produtora de ácido láctico.
A dosagem recomendada é de 300mg/animal/dia.
5)Tamponantes: aditivos neutralizadores de ácido
Os tamponantes são aditivos que neutralizam os ácidos presente na dieta, resultado da fermentação ruminal durante a digestão.
Algumas situações podem promover a redução do pH ruminal como, por exemplo:
- Dietas com alta proporção de concentrados
- Forragens moídas
- Alimentos muito fermentáveis
- Silagem de grão úmido de milho
Além disso, o óxido de magnésio pertence ao grupo de tamponantes, que previnem a queda e pode causar um aumento significativo do pH, melhorando a ação das enzimas da digestão.
Conclusão
Enfim, o aditivo é o topo da pirâmide do manejo alimentar e por si só não resolve problemas, isso precisa estar claro, pois há muitos produtos no mercado, sendo alguns com promessas milagrosas.
Dessa forma, é fundamental estar atento a pesquisas e materiais científicos de qualidade que comprovem a melhora do desempenho proporcionado pelo aditivo escolhido. O uso de aditivos é importante para melhorar a dieta e proporcionar um aumento na produção de leite. Ao escolher o tipo de aditivo, deve considerar o seu uso.
E então, você já utiliza aditivos na produção de leite? Compartilhe com a gente as suas experiências!
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